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domingo, 4 de dezembro de 2016

Milícias anti-imigrantes se expandem e preocupam a Europa

Um estudo divulgado esta semana pela Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, do nome em inglês) constata que a violência contra imigrantes aumentou nos últimos doze meses no bloco e a tendência coincide com a expansão de milícias urbanas que se apresentam como uma alternativa ante a "imobilidade" das autoridades locais.
"O perigo de estruturas emergentes de extrema-direita está crescendo. Grupos vigilantes recentemente criados surgiram em muitos países e se descrevem como organizações que promovem a segurança pública patrulhando as ruas", afirma o relatório.
A proliferação desses coletivos se explicaria por um crescente sentimento xenófobo, alimentado pela recente onda migratória e pelos atentados terroristas de Paris, há um ano, e de Bruxelas, em março passado.
Não por acaso, seu principal alvo são imigrantes de origem árabe, "normalmente percebidos como autores ou simpatizantes de ataques terroristas ou como parte de um movimento de refugiados visto como uma ameaça à segurança" europeia, explica a FRA.
No entanto, ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos que se posicionam a favor de refugiados também estão sendo ameaçados e hostilizados.
- Alemanha
Um caso emblemático é o do que está sendo chamado pelas autoridades da Alemanha de "Grupo Freital", em referência ao nome da cidade onde atuava, no leste do país.(...)
- Hungria
Na Hungria, a FRA detectou atividades de "grupos vigilantes" nas fronteiras com a Sérvia entre julho e agosto passados.
Esses coletivos, dos quais ainda não há registro de nomes, se organizam para bloquear a passagem de imigrantes e empurrá-los de volta ao lado sérvio da fronteira, infringindo a legislação da União Europeia em matéria de asilo. (...)
- Bulgária
Ao menos dois grupos similares foram identificados na Bulgária.
A União Militar Búlgara Vasil Levski e o Movimento Nacional Búlgaro Shipka se apresentam como "guardas de fronteiras voluntários" dedicados à proteção das entradas do país frente à "invasão descontrolada de milhões de imigrantes do Oriente Próximo, África e Ásia". (...)
- Franquia europeia
Mas o grupo mais conhecido é Soldados de Odin, que se apresenta como um coletivo determinado a proteger as cidades onde atua da "crescente insegurança" provocada pelos "intrusos islâmicos".
Criado na Finlândia, em outubro de 2015, por Mika Ranta, um autoproclamado defensor da "supremacia branca", a organização tem atualmente braços na Bélgica, França, Holanda, Suécia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Estônia e outros países. (...)
Só na Finlândia o grupo reúne mais de 500 integrantes e quase 47 mil simpatizantes em sua página no Facebook.
- Responsabilidade
O relatório da FRA não estabelece uma relação direta de culpa, mas revela numerosos episódios de violência contra imigrantes nos países onde as milícias urbanas estão presentes.
Em 2015, 47 ataques contra centros de recepção de refugiados foram registrados na Finlândia e 50 na Suécia, incluindo lançamento de granadas, incêndios voluntários, vandalismo e ameaças diretas a indivíduos. A maioria deles teria sido coordenada em grupos de discussão de extrema-direita na rede social Facebook.
Na Alemanha, os ataques contra centros de refugiados aumentaram de 203 em 2014 para 1.031 em 2015. Este ano já somam 735, de acordo com dados publicados pelo Parlamento.
Já na Holanda, a polícia nacional notificou 53 incidentes discriminatórios contra refugiados no ano passado. (...)
Conteúdo completo em BBC:
* As milícias anti-imigrantes que se expandem e preocupam a Europa
A União Militar Búlgara Vasil Levski e o Movimento Nacional Búlgaro Shipka
se apresentam como 'guardas de fronteiras voluntários'.