Em sua mais recente viagem ao país, Martins, que mora em Nova York, nos Estados Unidos, documentou o trabalho da ONU com refugiados.
Também acompanhou de perto a batalha contra o grupo autodeclarado Estado Islâmico em Mossul, um dos últimos redutos do grupo extremista.
"Costumo cobrir zonas de conflito e com problemas sociais. Cobri a guerra na Síria e já tinha estado no Iraque por duas vezes", diz ele à BBC Brasil.
Martins ouviu histórias emocionantes de refugiados e acabou se tornando amigo de alguns deles.
"É muito importante ganhar a confiança deles, porque, perante tanto sofrimento, eles são muito fechados e não confiam em qualquer pessoa", acrescenta.
Duha Hayal, de 25 anos, foi uma das dezenas de refugiadas que Martins conheceu.
Ela foi sequestrada pelo Estado Islâmico e mantida refém por dois anos.
Durante esse tempo, foi torturada e violentada sexualmente.
Libertada após a ofensiva em Mossul, ela conseguiu reencontrar a família.
Apesar do risco de morte, Martins diz não pensar em parar.
Segundo ele, seu trabalho é “transportar o público para esses lugares que eu fotografo".
"A importância do meu trabalho está no fato de poder ajudar ao próximo, de praticar a compaixão todos os dias, e retratar essa realidade. As pessoas precisam ver essa realidade", defende.
"Procuro transmitir uma mensagem, um aviso de que precisamos fazer algo em relação a esses lugares que são esquecidos e ignorados pela sociedade", conclui.
* 'As pessoas precisam ver essa realidade', diz fotógrafo brasileiro que retratou drama de refugiados no Iraque
- 7 julho 2017 -